diff --git a/pt-br/go-pt.html.markdown b/pt-br/go-pt.html.markdown
new file mode 100644
index 00000000..41a02c37
--- /dev/null
+++ b/pt-br/go-pt.html.markdown
@@ -0,0 +1,308 @@
+---
+name: Go
+category: language
+language: Go
+filename: learngo-pt.go
+lang: pt-pt
+contributors:
+ - ["Sonia Keys", "https://github.com/soniakeys"]
+translators:
+ - ["Nuno Antunes", "https://github.com/ntns"]
+---
+
+A linguagem Go foi criada a partir da necessidade de ver trabalho feito. Não
+é a última moda em ciências da computação, mas é a mais recente e mais rápida
+forma de resolver os problemas do mundo real.
+
+Tem conceitos familiares de linguagens imperativas com tipagem estática. É
+rápida a compilar e rápida a executar, acrescentando mecanismos de concorrência
+fáceis de entender para tirar partido dos CPUs multi-core de hoje em dia, e tem
+recursos para ajudar com a programação em larga escala.
+
+Go vem com uma biblioteca padrão exaustiva e uma comunidade entusiasta.
+
+```go
+// Comentário de uma linha
+/* Comentário de
+ várias linhas */
+
+// A cláusula package aparece no início de cada arquivo.
+// Main é um nome especial declarando um executável ao invés de uma biblioteca.
+package main
+
+// A cláusula Import declara os pacotes referenciados neste arquivo.
+import (
+ "fmt" // Um pacote da biblioteca padrão da linguagem Go
+ "net/http" // Sim, um servidor web!
+ "strconv" // Conversão de Strings
+)
+
+// Definição de uma função. Main é especial. É o ponto de entrada para o
+// programa executável. Goste-se ou não, a linguagem Go usa chavetas.
+func main() {
+ // A função Println envia uma linha para stdout.
+ // É necessário qualifica-la com o nome do pacote, fmt.
+ fmt.Println("Olá Mundo!")
+
+ // Chama outra função dentro deste pacote.
+ beyondHello()
+}
+
+// As funções declaram os seus parâmetros dentro de parênteses. Se a função
+// não receber quaisquer parâmetros, é obrigatório usar parênteses vazios.
+func beyondHello() {
+ var x int // Declaração de variável. Tem de ser declarada antes de usar.
+ x = 3 // Atribuição de variável.
+ // Declarações "curtas" usam := para inferir o tipo, declarar e atribuir.
+ y := 4
+ sum, prod := learnMultiple(x, y) // a função retorna dois valores
+ fmt.Println("soma:", sum, "produto:", prod)
+ learnTypes() // continuar a aprender!
+}
+
+// As funções podem receber parâmetros e retornar (vários!) valores.
+func learnMultiple(x, y int) (sum, prod int) {
+ return x + y, x * y // retorna dois valores
+}
+
+// Alguns tipos e literais básicos.
+func learnTypes() {
+ // Declarações "curtas" geralmente servem para o que pretendemos.
+ s := "Aprender Go!" // tipo string
+
+ s2 := `Uma string em "bruto"
+pode incluir quebras de linha.` // mesmo tipo string
+
+ // literal não-ASCII. A linguagem Go utiliza de raiz a codificação UTF-8.
+ g := 'Σ' // tipo rune, um alias para uint32, que contém um código unicode
+
+ f := 3.14195 // float64, número de vírgula flutuante de 64bit (IEEE-754)
+ c := 3 + 4i // complex128, representado internamente com dois float64s
+
+ // Declaração de variáveis, com inicialização.
+ var u uint = 7 // inteiro sem sinal, tamanho depende da implementação do Go
+ var pi float32 = 22. / 7
+
+ // Sintaxe de conversão de tipo, com declaração "curta".
+ n := byte('\n') // byte é um alias para uint8
+
+ // Os arrays têm tamanho fixo e definido antes da compilação.
+ var a4 [4]int // um array de 4 ints, inicializado com ZEROS
+ a3 := [...]int{3, 1, 5} // um array de 3 ints, inicializado como mostrado
+
+ // As slices têm tamanho dinâmico. Os arrays e as slices têm cada um as
+ // suas vantagens mas o uso de slices é muito mais comum.
+ s3 := []int{4, 5, 9} // compare com a3. sem reticências aqui
+ s4 := make([]int, 4) // aloca uma slice de 4 ints, inicializada com ZEROS
+ var d2 [][]float64 // declaração apenas, nada é alocado
+ bs := []byte("uma slice") // sintaxe de conversão de tipos
+
+ p, q := learnMemory() // learnMemory retorna dois apontadores para int.
+ fmt.Println(*p, *q) // * segue um apontador. isto imprime dois ints.
+
+ // Os maps são um tipo de matriz associativa, semelhante aos tipos hash
+ // ou dictionary que encontramos noutras linguagens.
+ m := map[string]int{"três": 3, "quatro": 4}
+ m["um"] = 1
+
+ // As variáveis não usadas são um erro em Go.
+ // O traço inferior permite "usar" uma variável, mas descarta o seu valor.
+ _, _, _, _, _, _, _, _, _ = s2, g, f, u, pi, n, a3, s4, bs
+ // Enviar para o stdout conta como utilização de uma variável.
+ fmt.Println(s, c, a4, s3, d2, m)
+
+ learnFlowControl()
+}
+
+// A linguagem Go é totalmente garbage collected. Tem apontadores mas não
+// permite que os apontadores sejam manipulados com aritmética. Pode-se cometer
+// um erro com um apontador nulo, mas não por incrementar um apontador.
+func learnMemory() (p, q *int) {
+ // A função retorna os valores p e q, que são do tipo apontador para int.
+ p = new(int) // a função new aloca memória, neste caso para um int.
+ // O int alocado é inicializado com o valor 0, p deixa de ser nil.
+ s := make([]int, 20) // alocar 20 ints como um único bloco de memória
+ s[3] = 7 // atribui o valor 7 a um deles
+ r := -2 // declarar outra variável local
+ return &s[3], &r // & obtém o endereço de uma variável.
+}
+
+func expensiveComputation() int {
+ return 1e6
+}
+
+func learnFlowControl() {
+ // As instruções if exigem o uso de chavetas, e não requerem parênteses.
+ if true {
+ fmt.Println("eu avisei-te")
+ }
+ // A formatação do código-fonte é "estandardizada" através do comando
+ // da linha de comandos "go fmt."
+ if false {
+ // reclamar
+ } else {
+ // exultar
+ }
+ // Preferir o uso de switch em vez de ifs em cadeia.
+ x := 1
+ switch x {
+ case 0:
+ case 1:
+ // os cases não fazem "fall through"
+ case 2:
+ // esta linha só é executada se e só se x=2
+ }
+ // Tal como a instrução if, a instrução for não usa parênteses.
+ for x := 0; x < 3; x++ { // x++ é uma instrução, nunca uma expressão
+ fmt.Println("iteração", x)
+ }
+ // note que, x == 1 aqui.
+
+ // A instrução for é a única para ciclos, mas assume várias formas.
+ for { // ciclo infinito
+ break // brincadeirinha
+ continue // nunca executado
+ }
+ // O uso de := numa instrução if permite criar uma variável local,
+ // que existirá apenas dentro do bloco if.
+ if y := expensiveComputation(); y > x {
+ x = y
+ }
+ // As funções podem ser closures.
+ xBig := func() bool {
+ return x > 100 // referencia x, declarado acima da instrução switch.
+ }
+ fmt.Println("xBig:", xBig()) // true (1e6 é o último valor de x)
+ x /= 1e5 // agora temos x == 10
+ fmt.Println("xBig:", xBig()) // false
+
+ // Quando for mesmo necessário, pode usar o velho goto.
+ goto love
+love:
+
+ learnInterfaces() // Mais coisas interessantes chegando!
+}
+
+// Define Stringer como uma interface consistindo de um método, String.
+type Stringer interface {
+ String() string
+}
+
+// Define pair como uma struct com dois campos ints chamados x e y.
+type pair struct {
+ x, y int
+}
+
+// Define um método para o tipo pair. O tipo pair implementa agora a
+// interface Stringer.
+func (p pair) String() string { // p é chamado de "receptor"
+ // Sprintf é outra função pública no pacote fmt.
+ // Uso de pontos para referenciar os campos de p.
+ return fmt.Sprintf("(%d, %d)", p.x, p.y)
+}
+
+func learnInterfaces() {
+ // Uma struct pode ser inicializada com os valores dos seus campos dentro
+ // de chavetas, seguindo a mesma ordem com que os campos foram definidos.
+ p := pair{3, 4}
+ fmt.Println(p.String()) // chama o método String de p, que tem tipo pair.
+ var i Stringer // declara i do tipo interface Stringer.
+ i = p // válido, porque pair implementa Stringer
+ // Chama o método String de i, que tem tipo Stringer. Mesmo que acima.
+ fmt.Println(i.String())
+
+ // As funções no pacote fmt chamam o método String para pedir a um objecto
+ // uma representação textual de si mesmo.
+ fmt.Println(p) // mesmo que acima. Println chama o método String.
+ fmt.Println(i) // mesmo que acima.
+
+ learnErrorHandling()
+}
+
+func learnErrorHandling() {
+ // ", ok" forma idiomática usada para saber se algo funcionou ou não.
+ m := map[int]string{3: "três", 4: "quatro"}
+ if x, ok := m[1]; !ok { // ok vai ser false porque 1 não está no map m.
+ fmt.Println("ninguem lá")
+ } else {
+ fmt.Print(x) // x seria o valor, se 1 estivesse no map.
+ }
+ // Um valor de erro comunica mais informação sobre o problema.
+ if _, err := strconv.Atoi("non-int"); err != nil { // _ descarta o valor
+ // imprime "strconv.ParseInt: parsing "non-int": invalid syntax"
+ fmt.Println(err)
+ }
+ // Vamos revisitar as interfaces um pouco mais tarde. Entretanto,
+ learnConcurrency()
+}
+
+// c é um channel, um objecto para comunicação concurrency-safe.
+func inc(i int, c chan int) {
+ c <- i + 1 // <- é operador "enviar" quando um channel aparece à esquerda.
+}
+
+// Vamos usar a função inc para incrementar números de forma concorrente.
+func learnConcurrency() {
+ // A mesma função make usada anteriormente para alocar uma slice.
+ // Make aloca e inicializa slices, maps, e channels.
+ c := make(chan int)
+ // Inicia três goroutines concorrentes. Os números serão incrementados de
+ // forma concorrente, talvez em paralelo se a máquina for capaz e estiver
+ // configurada correctamente. As três goroutines enviam para o mesmo canal.
+ go inc(0, c) // go é a instrução para iniciar uma goroutine.
+ go inc(10, c)
+ go inc(-805, c)
+ // Lê três resultados do channel c e imprime os seus valores.
+ // Não se pode dizer em que ordem os resultados vão chegar!
+ fmt.Println(<-c, <-c, <-c) // channel na direita, <- é operador "receptor".
+
+ cs := make(chan string) // outro channel, este lida com strings.
+ cc := make(chan chan string) // channel que lida com channels de strings.
+ go func() { c <- 84 }() // inicia uma goroutine para enviar um valor
+ go func() { cs <- "palavroso" }() // outra vez, para o channel cs desta vez
+ // A instrução select tem uma sintaxe semelhante à instrução switch mas
+ // cada caso envolve uma operação com channels. Esta instrução seleciona,
+ // de forma aleatória, um caso que esteja pronto para comunicar.
+ select {
+ case i := <-c: // o valor recebido pode ser atribuído a uma variável
+ fmt.Printf("é um %T", i)
+ case <-cs: // ou o valor recebido pode ser descartado
+ fmt.Println("é uma string")
+ case <-cc: // channel vazio, não se encontra pronto para comunicar.
+ fmt.Println("não aconteceu")
+ }
+ // Neste ponto um valor foi recebido de um dos channels c ou cs. Uma das
+ // duas goroutines iniciadas acima completou, a outra continua bloqueada.
+
+ learnWebProgramming() // Go faz. Você quer faze-lo também.
+}
+
+// Basta apenas uma função do pacote http para iniciar um servidor web.
+func learnWebProgramming() {
+ // O primeiro parâmetro de ListenAndServe é o endereço TCP onde escutar.
+ // O segundo parâmetro é uma interface, especificamente http.Handler.
+ err := http.ListenAndServe(":8080", pair{})
+ fmt.Println(err) // não ignorar erros
+}
+
+// Tornar pair um http.Handler ao implementar o seu único método, ServeHTTP.
+func (p pair) ServeHTTP(w http.ResponseWriter, r *http.Request) {
+ // Servir dados com um método de http.ResponseWriter
+ w.Write([]byte("Aprendeu Go em Y minutos!"))
+}
+```
+
+## Leitura Recomendada
+
+A principal fonte de informação é o [web site oficial Go](http://golang.org/).
+Lá é possível seguir o tutorial, experimentar de forma iterativa, e ler muito.
+
+A própria especificação da linguagem é altamente recomendada. É fácil de ler e
+incrivelmente curta (em relação ao que é habitual hoje em dia).
+
+Na lista de leitura para os aprendizes de Go deve constar o [código fonte da
+biblioteca padrão](http://golang.org/src/pkg/). Exaustivamente documentado, é
+a melhor demonstração de código fácil de ler e de perceber, do estilo Go, e da
+sua escrita idiomática. Ou então clique no nome de uma função na [documentação]
+(http://golang.org/pkg/) e veja o código fonte aparecer!
+